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Agronegócio

Deputados aprovam projeto de lei que pode complicar o financiamento agrícola

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A Câmara dos Deputados aprovou esta semana alterações significativas na Lei de Recuperação Judicial e Falência, que segundo o Instituto Brasileiro do Direito do Agronegócio (IBDA), poderão impactar negativamente o financiamento privado no setor agropecuário.

As modificações na legislação afetam diretamente as garantias atreladas a títulos agrícolas como as Cédulas de Produto Rural (CPR) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), gerando preocupações entre as tradings, que são fundamentais no fornecimento de crédito aos produtores rurais brasileiros.

O projeto de lei 3/2024, que agora segue para o Senado, propõe que “ativos essenciais” à atividade empresarial, o que poderia incluir produtos agrícolas como soja e milho, não sejam passíveis de execução para pagamento de dívidas durante o processo de recuperação judicial.

O IBDA critica a nova terminologia por considerá-la uma distorção da legislação atual, o que pode resultar na proteção de produtos agrícolas que, segundo entendimento prévio do Superior Tribunal de Justiça, não se qualificam como bens de capital. Tal interpretação poderia permitir que um produtor rural, mesmo tendo negociado sua produção antecipadamente, não entregue os produtos aos credores, prejudicando o ciclo financeiro do setor agroindustrial.

A preocupação se estende à possibilidade de que essa mudança gere uma maior subjetividade nas recuperações judiciais, afetando a segurança dos financiamentos e até mesmo os lastros de operações financeiras securitizadas. O crédito para o agronegócio poderia se tornar mais caro, refletindo o aumento do risco percebido por bancos e indústrias.

Representantes da indústria, como André Nassar da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), expressam grande preocupação com as mudanças. Afastar a produção agrícola da categoria de bens que podem garantir pagamentos aos credores pode alterar profundamente as operações de financiamento prévio, conhecidas como operações de barter, e até mesmo afetar contratos de entrega futura de produção.

O rápido trâmite do projeto, que foi aprovado pela Câmara pouco tempo após a apresentação da última versão do relatório, também é motivo de crítica. O IBDA alerta para as consequências de decisões apressadas em temas técnicos e sensíveis, que podem comprometer o acesso ao crédito em setores vitais para a economia brasileira.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Estudo da Embrapa diz que mudanças climáticas podem reduzir safras brasileiras

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Uma pesquisa realizada pela Embrapa e pela Universidade de Brasília (UnB) sugere que o aumento das temperaturas, resultante das mudanças climáticas, pode impactar significativamente a produção de grãos no Cerrado, uma das principais regiões agrícolas do Brasil.

O estudo, publicado na revista “Agriculture, Ecosystems & Environment”, avaliou como o aquecimento global pode afetar as emissões de óxido nitroso (N2O), bem como a produção de biomassa e a produtividade de grãos de soja e milho.

O estudo projeta um aumento considerável nas emissões de N2O, um potente gás de efeito estufa, nas próximas décadas, especialmente em sistemas agrícolas que fazem uso intensivo de fertilizantes nitrogenados e técnicas tradicionais de manejo do solo, como arado e preparo convencional. Esse aumento, por sua vez, pode contribuir para um aquecimento global ainda maior.

Além do impacto ambiental, a pesquisa indica que a produção de biomassa e o rendimento de grãos de soja e milho também podem ser afetados negativamente pelo aumento da temperatura, especialmente na última década do período simulado, entre 2061 e 2070. Esses resultados apontam para uma ameaça ao agronegócio brasileiro, visto que o Cerrado responde por uma grande parte da produção de grãos do país.

Por outro lado, o estudo também destaca que o sistema de plantio direto, que evita a perturbação do solo e utiliza plantas de cobertura, demonstra maior resiliência às mudanças climáticas. Este sistema resulta em menores emissões de N2O e em maior produtividade de grãos, quando comparado aos métodos convencionais.

Diante desses resultados preocupantes, os pesquisadores recomendam a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, como plantio direto, rotação de culturas e uso de adubos verdes. Tais medidas podem ajudar a mitigar as emissões de gases de efeito estufa, aumentar a produtividade e tornar o agronegócio mais resistente aos efeitos das mudanças climáticas.

O estudo da Embrapa e da UnB é crucial para fornecer informações valiosas sobre como as mudanças climáticas podem impactar a agricultura no Brasil. Esses dados podem servir como base para a formulação de políticas públicas e incentivar a adoção de práticas mais sustentáveis, com o objetivo de proteger o agronegócio brasileiro e garantir sua resiliência diante dos desafios climáticos futuros.

Fonte: Pensar Agro

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