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“Culto aos ancestrais”, samba é homenageado no Rio de Janeiro

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Idealizado pelo músico Marquinhos de Oswaldo Cruz, o Trem do Samba realiza neste sábado (2) a sua 28ª edição. Consolidado como um patrimônio da agenda cultural carioca, a iniciativa mobiliza amantes do samba de todas as idades, que embarcam nas composições que saem da estação Central do Brasil em direção ao bairro de Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio de Janeiro. Os instrumentos de corda e de percussão os acompanham como passageiros ilustres e os músicos garantem a trilha sonora.

“O Trem do Samba é um restaurador de obras de arte, porque vem todo ano caminhando na memória coletiva pelos trilhos, fazendo com que as pessoas se lembrem de nossas histórias e de nossas músicas”, explicou Marquinhos de Oswaldo Cruz em entrevista à Agência Brasil.

Os primeiros trens sairão rumo à Oswaldo Cruz a partir das 18h04. Mas, antes do embarque e depois do desembarque, a festa acontece nos palcos que receberão nomes como Martinho da Vila, Leci Brandão e Fabiana Cozza. O passaporte para essa viagem é um quilo de alimento não perecível e toda a arrecadação é doada a projetos sociais.

Toda essa mobilização não poderia acontecer em outra data. Em 2 de dezembro, é celebrado o Dia Nacional do Samba. Também por isso, a TV Brasil preparou uma programação especial: serão transmitidos ao vivo os principais momentos do Trem do Samba, com flashes a partir das 18h e transmissão completa dos shows a partir de 21h.

Marquinhos de Oswaldo Cruz observa que o samba é “um culto aos ancestrais” e reverencia nomes que contribuíram para perpetuar o ritmo, como Cartola, Monarco, Dona Ivone Lara, entre outros. Nessa entrevista à Agência Brasil, ele explicou as origens do Trem do Samba e contou o que esperar da edição deste ano. Também falou sobre a importância e os desafios para a preservação do samba tradicional.

Confira os principais trechos da entrevista: 

Agência Brasil: O que os passageiros devem esperar do Trem do Samba?
Marquinhos de Oswaldo Cruz:  O Trem do Samba faz o trajeto da Central do Brasil até Oswaldo Cruz. E Oswaldo Cruz e Madureira são um grande museu de bens culturais e imateriais. Então o Trem do Samba é um restaurador de obras de arte, porque vem todo ano caminhando na memória coletiva pelos trilhos, fazendo com que as pessoas se lembrem de nossas histórias e de nossas músicas. Para perpetuar o bem cultural e o imaterial é preciso executá-lo. Então o Trem do Samba vem oxigenar as memórias coletivas para que esses bens culturais possam ficar vivos.

Agência Brasil: Como surgiu o Trem do Samba?
Marquinhos de Oswaldo Cruz:  Esta é a 28ª edição. Inicialmente, o Trem do Samba buscava chamar a atenção da comunidade do bairro de Oswaldo Cruz, um bairro periférico na cidade do Rio de Janeiro. A ideia surgiu muito do que fazia o mestre Paulo da Portela na década de 1930. Cantar samba era proibido, assim como outras manifestações negras. Para burlar a repressão policial ao samba, o Paulo da Portela marcava com os amigos no final do trabalho na Estação Central do Brasil. Se encontrava com os amigos às vezes até de outras escolas e não só da Portela.

Eles pegavam o trem para a periferia, para o bairro do Osvaldo Cruz. Entravam no trem e quando a porta fechava, eles saiam tocando, que só assim a polícia não prendia. Em 1996, eu recrio essa história para comemorar o Dia Nacional do Samba.

Agência Brasil: Esta edição terá homenagens?
Marquinhos de Oswaldo Cruz:  A homenagem esse ano é aos Senhores da Memória. O Rio de Janeiro é a cidade que mais recebeu negros escravizados na história da humanidade e sofreu também uma diáspora interna que levou esses negros principalmente para os morros e para a região da grande Madureira. E o Trem do Samba é uma espécie de restaurador de obras culturais e imateriais produzidas na periferia. É um trem da memória. E a nossa história é repleta desses Senhores da Memória. Alguns deles ainda estão vivos.

Esses Senhores da Memória fizeram essa história se perpetuar. A geração de Paulo da Portela, Cartola, Donga, João da Baiana. Depois vem a geração de seu Alvaiade e seu Manaceia, falando mais da minha comunidade. Tivemos agora a passagem do seu Monarco há dois anos. Dona Ivone Lara, representando o Império Serrano e a Serrinha. Foram tantos que vieram e que perpetuaram as histórias, cantaram as histórias, para que esse samba ficasse vivo. Então é até redundante essa a homenagem do Trem do Samba, porque o samba já é em si um culto aos ancestrais.

Agência Brasil: E como essas homenagens reverberam na programação?
Marquinhos de Oswaldo Cruz:  Nos palcos, entre as centenas de senhores dessa memória, nós escolhemos quatro para homenagear. O palco principal, na Central do Brasil, no local onde o Paulo da Portela se encontrava com os amigos, não vai levar o nome dele nesse ano. Nós vamos homenagear uma mulher. Vai levar o nome de Dona Ivone Lara, a maior dama da história do samba na minha opinião. Quando o trem chega em Oswaldo Cruz, um palco que está posicionado ao lado esquerdo da estação vai levar o nome do Mestre Candeia. O palco fica a 50 metros de onde ele nasceu. E os jovens do hip hop pintaram ali perto a imagem do Candeia. Ficou bonito.

E do outro lado teremos o palco da homenagem a outra grande dama do samba, que é a Tia Doca. Ela organizava as festas, a roda de samba mais antiga do país, de onde saíram vários sambistas como Jovelina Pérola Negra e Zeca Pagodinho. E o palco da Portelinha que é o palco principal vai homenagear esse ano um senhor da memória que deixou a gente há pouco tempo e que teve uma importância muito grande para as gerações mais contemporâneas. Vai ser o Palco Ary do Cavaco. Ele foi presença constante até perto da sua morte nesse espaço onde esse palco vai estar. Ele não abria mão de praticamente todos os dias estar ali.

Agência Brasil: A gente sabe que todo ritmo, ao longo do tempo, sofre transformações e mudanças. Como você vê, nas novas gerações de samba, esse diálogo entre o novo e o tradicional?
Marquinhos de Oswaldo Cruz:  Eu tenho tido surpresas maravilhosas. Em São Paulo, quantos grupos de samba tradicional existem? No Rio de Janeiro, como isso tem sido reforçado. E muitos deles são crias do Trem do Samba. Tem o Criolice, o Terreiro de Crioulo, o Samba à Bangu. Se eu for ficar falando vou ser até injusto com alguns. Na zona sul do Rio, tem também o Pé de Teresa e o Bip Bip, que são lugares desse samba tradicional, que nunca abriram mão de cantar esse samba tradicional. A cultura não é mórbida, ela se transforma, mas ela também tem o seu tempo de se transformar. Ela não pode ficar à mercê do mercado, fazendo transformações precoces para que determinados ritmos acabem. Tem que ter o tempo certo, o tempo da história.

Agência Brasil: Como você avalia o papel das plataformas? Elas podem ser aliadas do samba tradicional?
Marquinhos de Oswaldo Cruz:  Elas são mais democráticas, mas tem que saber como usar. Porque o mercado também sabe usar. Mas é importante dizer que a gente não é contra o mercado, não. A gente não faz aquele discurso anarquista. Pelo contrário, eu quero disputar esse espaço para que o samba tradicional tenha um nicho de mercado como tem o blues, como tem o jazz.

Fonte: EBC GERAL

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Com DJs de SP, João Felipe Maione celebra aniversário no Mezanino

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Com DJs de SP, João Felipe Maione celebra aniversário no Mezanino
Redação GPS

Com DJs de SP, João Felipe Maione celebra aniversário no Mezanino

“Acredito que o aniversário representa a entrada do novo ano, muito mais que o Réveillon , então deve ter muita festa e celebração, rodeado de amigos e pessoas que amamos. O aniversário é o nosso Réveillon personalizado”, brinca João Felipe Maione , que acaba de comemorar a chegada dos 36 anos.

O dono do Mezanino escolheu o seu empreendimento como palco da grande festa que organizou para cem amigos queridos. O buffet ficou por conta da casa, em parceria com a Rio 40º Banqueteria.

A carta de drinks, um dos pontos fortes da noite, foi assinada pelo mixologista da casa, Nitay Pontes. ” O Mezanino teve sua carta de drinques de 2023 premiada como a melhor da cidade pelo prêmio encontro gaströ”, comenta Maione.

Para animar ainda mais a noite, DJ Nicolas Abe e o DJ Bruno Moutinho, ambos de SP, além do Diego Lopes, de Brasília, comandaram o som da festa.

Confira os cliques feitos por Vanessa Castro:

Caio Gazel e João Maione

Bruno Mello e Arthur Marinho

Sérgio Barreto e Caio Barbieri

Marcos Andrade e João Maione

Mariana Lombardi e Bruno Berg

Marco Lomanto e Joao Maione

Marcos Andrade e Bruno Leal

Henrique Fiorese, João Maione e Kelen Manso

Iasmyne Cardoso e João Maione

João Maione e Jorge Salomao

João Maione e Paulo Olivera

João Maione e Tatyana Garcia

Daniel Faleiros e Jerson Penna

Clayton Camargos e Caio Mendonça

Clayton Camargos, Daniel Adjuto, Caio Mendonça e Lucas Carneiro

Daniel Adjuto e Lucas Carneiro

Bruno Mello e João Maione

Bruno Porto e Rafael Godoy

Bruno Porto e Raphael Sator

Bhrener Matos, João Maione e Gilvan Alves

Antônio Gatto e Rodrigo Madeira

André Ferraço, Lucas Ramalho, Guga Nogueira e Pedro Ferreira

Bruna Nardelli

DJ Bruno Moutinho e João Maione

Leonardo Euler, João Maione e Giovana Pires

Nina Rocha, Livia Assreuy e Virgínia Sciascia

Victor Machado e Amanda Nasser

Will Rezende e João Maione

Sávio Lins e Rafaela Oliveira

Caio Gazel

DJ Bruno Moutinho

DJ Bruno Moutinho

DJ Dilopes

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Fonte: Nacional

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