O governador afastado do Distrito Federal , Ibaneis Rocha (MDB), pediu neste sábado (18) que seus apoiadores não façam atos cobrando a volta dele ao Palácio do Buriti. O político garantiu que tem total confiança na Justiça brasileira e acredita que poderá retornar ao seu cargo.
A Polícia Federal identificou que um grupo de pessoas estava organizando uma manifestação para pedir o retorno de Ibaneis para a função de governador. A informação preocupou a segurança do Distrito Federal, porque houve temor de novos atritos em Brasília, igual ocorreu em 8 de janeiro.
“Tenho visto que algumas pessoas querem preparar atos públicos de apoio a mim, mas peço que não o façam, que confiem na Justiça como eu confio e que aguardem a apuração dos fatos com a calma e serenidade que o momento exige”, escreveu Ibaneis pelo seu perfil nas redes sociais.
O governador reeleito foi afastado do cargo por 90 dias após uma ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O magistrado apontou que há indícios que Ibaneis foi omisso por não ter tomado ações para impedir os atos antidemocráticos no começo do ano.
O chefe do Executivo do DF teve que deixar a função após ordem do Supremo e foi substituído pela vice-governadora Celina Leão (PP). Ela defendeu seu companheiro de chapa e se colocou à disposição para esclarecer todos os detalhes do ato terrorista de 8 de janeiro.
O afastamento de Ibaneis
No dia 8 de janeiro, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos Três Poderes e a Polícia Federal fez centenas de prisões. Ibaneis entrou na mira do Supremo por suposta omissão.
No dia 13, Moraes determinou a abertura de inquérito para avaliar o comportamento do governador e de Anderson Torres ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, durante os manifestos golpistas. Nesse mesmo dia, o político prestou depoimento à PF.
Segundo Ibaneis, ele trabalhou para que houvesse segurança em Brasília e a responsabilidade do problema foi da equipe da Secretaria de Segurança, chefiada por Anderson Torres.
No dia 20, a Polícia Federal cumpriu mandatos de busca e apreensão na casa de Rocha e do ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF Fernando de Souza Oliveira. Três dias depois, iniciou-se uma perícia no celular do governador.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que deve ir ao Rio Grande do Sul novamente na próxima quarta-feira (15) e prometeu o anúncio de medidas de apoio financeiro direto às pessoas para a recuperação de parte dos bens perdidos durante as enchentes que varreram diversas regiões do estado e deixaram centenas de milhares de famílias desabrigadas e desalojadas.
A declaração foi dada após reunião virtual com o governador do Rio Grande do Sul, na tarde desta segunda-feira (13), em que o governo federal oficializou o envio ao Congresso Nacional de projeto de lei com a suspensão da dívida do estado com a União por três anos, com renúncia total dos juros sobre a débito durante o período, o que permitirá um aporte de R$ 11 bilhões em recuperação da infraestrutura.
“Amanhã [14], eu quero anunciar uma série de medidas para as pessoas físicas, ou seja, o recurso para que as pessoas que perderam suas coisas, que precisam comprar alguma coisa, recebam recursos da União para que possam começar a repor parte daquilo que perderam”, disse o presidente.
Uma das medidas em discussão é a criação de uma espécie de auxílio emergencial, similar ao adotado durante a pandemia de covid-19, para socorrer especialmente as pessoas que perderam suas atividades remuneradas e estão desempregadas.
Lula também convocou para esta segunda uma reunião ministerial extraordinária com todos os ministros para debater medidas de apoio às vítimas das enchentes e citou principalmente as famílias que estão em abrigos, que somam quase 80 mil pessoas. Há mais de 538 mil pessoas desalojadas de suas casas e que estão em casas de amigos ou parentes.
“Hoje, eu estou convocando uma reunião extraordinária do governo, com todos os ministros, para que a gente discuta a atuação do governo para resolver os problemas mais graves que estamos vendo, pela imprensa, pela televisão, pelas conversas, que é a questão dos abrigos, de milhares de pessoas que estão fora de casa e precisam de acolhimento”, afirmou.
“Não vamos descansar enquanto o Rio Grande do Sul não estiver 100% de pé, vendendo e emprestando o orgulho do povo gaúcho”, completou o presidente.